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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nos limites da Idolatria

Texto: Por Arucha Fernandes
Fotos: Divulgação

“Tudo que ele deixou foi uma carta de amor pra uma apresentadora de programa infantil. Nela ele dizia que já não era criança, e que a esperança também dança como monstros de um filme japonês. Tudo que ele tinha era uma foto desbotada, recortada de revista especializada em vida de artista. Tudo que ele queria era encontrá-la um dia (todo suicida acredita na vida depois da morte). Tudo que ele tinha cabia no bolso da jaqueta. A vida quando acaba, cabe em qualquer lugar”. (Engenheiros do Hawaii)

Sábado, uma e trinta da tarde, no elevador panorâmico é possível assistir a movimentação do shopping daquele dia, as mãos ansiosas seguram o dispositivo que permitirá o registro do encontro. A chegada no último andar avisa que é hora de enfrentar os ternos pretos para conseguir atingir o objetivo da missão. Sem maiores complicações o alvo é avistado a poucos metros de distância, e nesse momento os rinocerontes que habitam o estômago estão mais agitados que nunca. A abordagem é um sucesso. E finalmente a recompensa: a foto com um Colírio da revista Capricho.

Se você tem menos de dezesseis anos não se preocupe por não estar entendendo nada, a explicação é simples. Essa é a história que Stephanie Pimentel, 15 anos, conta a todos os amigos nela relata a pequena invasão no Hotel Miramar para conseguir um contato mais próximo com Federico Devito e Dudu Surita, as novas sensações entre as garotas. Os rapazes, selecionados pela revista Capricho receberam o titulo de colírios em uma promoção.


Stephanie conseguiu foto com Colírio

“Quando saí do hotel, cerca de 200 meninas aguardavam para ver os Colírios. Mas eles tinham acabado de ir embora”, diz Stephanie. Depois do ocorrido, pela internet, algumas fãs mais exaltadas culparam a espiã brasileira por não conseguir uma aproximação com os rapazes, uma vez que ela “ocupou” o tempo deles.

Mas nem só de colírios vivem as fãs brasileiras, outro que vem roubando a atenção de milhares de meninas por todo mundo é o cantor americano Justin Bieber. Prova dessa paixão é a estudante Isabela Passos, 15 anos, que confessa ser viciada no astro pop. Ela conta que para se manter informada de tudo que acontece com o ídolo, passa horas na internet acompanhando sites, notícias, twitter. E que graças a todo esse empenho certa vez conseguiu um contato por meio de um possível endereço de e-mail do cantor.Sobre a possível vinda do Justin Bieber para se apresentar no Brasil, declara que a mãe já prometeu a compra dos ingressos. “Se ele vier, sou capaz de surtar”, diz.

Entre as loucuras cometidas em nome da paixão pelo ídolo afirma que até pensar em cometer um pequeno delito já passou por sua cabeça. “Certa vez quase roubei o cd do Justin Bieber, mas uma amiga me impediu”, diz a adolescente. Esse ato foi só por brincadeira, mas aumentar o som no último volume e cantar sem se importar com os vizinhos ela admite fazer sempre.

Quanto à formação da sua personalidade, Isabela generaliza os adolescentes e diz que o comportamento dos artistas na mídia pode sim, influenciar as decisões e causar reflexões sobre vários assuntos.

Eles estão mais perto – os ídolos são outros. Os conceitos mudaram. E o mundo está diferente. Mas a admiração quase que obsessiva de adolescentes em cima de artistas continua a mesma. Os gritos histéricos, choro incontrolável e a sensação da que aquela criatura é a perfeição em forma de ser humano caracterizam essa fase pela qual todo adolescente passa, na qual está se criando uma identidade e a procura do lugar em que pertence.

O termo inalcançável não pode mais ser empregado à maioria dos artistas atualmente. As facilidades das relações, via internet, fizeram com que os fãs consigam um contato mais próximo com os ídolos. O twitter é o exemplo mais simples dessa revolução tecnológica, através dele é possível se comunicar em tempo real com qualquer pessoa em todas as partes do mundo. Porém, essa proximidade pode também contribuir para que a “paixão” se torne cada vez mais forte. E quando essa luz amarela acende é necessário analisar se a “coisa de adolescente” não está se tornando fanatismo.

Segundo a psicóloga, Claudia Alonso, tudo em demasia não é saudável, a diferença é que o fanatismo age de forma que você à primeira vista não percebe. E apenas com o olhar atencioso de familiares e educadores uma situação assim pode ser detectada.
Quando passa a fase da infância em que os sonhos e fantasia caem por terra, o adolescente se vê bombardeado pela mídia que o “obriga” se vestir, comportar e aparentar de tal modo sob a pena de ser excluído pela “galera”. Fora isso, os valores de cada família, o ambiente escolar e a cultura local formam um grande caldeirão que confunde e desestabiliza o jovem.

O problema está na forma como a mídia vende ao público esses artistas mostrando apenas o lado bom. Dessa forma esses ídolos se tornam perfeitos. Isso, somado ao fato de que a adolescência é por si só uma fase muita confusa onde o jovem não sabe direto quem é e como deve se comportar, faz com que ele projete nesse ídolo um ideal a ser seguido e mais que isso, copiado.

Quando esse ideal não é alcançado – até mesmo porque são parâmetros inalcançáveis, sejam de beleza, status e mesmo financeiro – a frustração se faz presente. E é exatamente nesse ponto que a fixação exagerada fica perigosa. Os indícios podem ser diversos como depressão, alcoolismo, drogadição e até mesmo violência.
E para resolver essa situação três palavras são imprescindíveis: sensibilidade, disponibilidade e comprometimento. “As pessoas estão muitos solitárias. Virou démodé e careta ser afetivo”, diz a psicóloga. Somente com esse cuidado será possível fazer com que o adolescente enxergue o mundo real, e pare de usar a fantasia – refugio da infância – para se sentir aceito.

“Família e educadores são fundamentais para perceber esse comportamento e, juntos, de uma maneira saudável, mostrar que é legal ter ídolos, mas a vida é diferente”, afirma Claudia. O importante é que as pessoas em volta desse adolescente tentem conversar e escutar qual é o problema.


“Sou uma fã, mas sou controlada”


Em todos os aspectos da vida o equilíbrio se mostra indispensável para manter a mente sã e para contornar situações adversas que apareçam pelo caminho. No caso do fanatismo a mesma premissa tem que ser levada em consideração. Para ter uma vida saudável o recomendável é ser fã sem exageros. Essa é a medida correta para conseguir que esses ídolos façam parte da vida do adolescente, mas sem consumi-la por inteiro.

“Sou uma fã, mas sou controlada”, diz Marcela Mattos, 16 anos. Fã da atriz/cantora Miley Cyrus, ela é categórica ao afirmar que embora admire o trabalho da popstar não se considera uma fanática. Estudante do 2º ano do Ensino Médio, ela conta que conheceu o trabalho da cantora por meio de amigas, e que as músicas com temas comuns na adolescência a transformaram em sua cantora predileta.

Fã de Miley Cyrus, Marcela afirma que equilíbrio é ideal

Para a adolescente, as músicas ajudem na construção da autoconfiança, mas é também preciso ficar atento e enxergar os maus exemplos desses artistas. “É legal ter um ídolo, mas não é legal tentar imitar o ídolo, temos que ter nossa própria identidade, e personalidade”, comenta.

Embora não dispense uma revista com sua cantora preferida na capa, a estudante também é moderada no aspecto do consumismo. “Quando sai uma revista ou outra dela, lógico que eu compro, mas só se estiver ao meu alcance, nada de ficar implorando e chorando por não ter a revista”, diz.

Quando assunto é tecnologia, Marcela, diz que o twitter ajuda a demonstrar que os ídolos são pessoas comuns e que realmente se importam com o carinho das fãs. Ela revela que já conseguiu algumas respostas, do galã americano Leonardo DiCaprio e da própria Miley Cyrus, por meio dessa ferramenta. Também confessa que só ingressou no microblog para poder acompanhar os artistas preferidos.

Confira em página exclusiva (alto da página), quadro sobre as principais tragédias no mundo da música, realizada por fãs.

Profissão: Sonhador

Texto: Por Aline Porfírio
Fotos: Divulgação


Você já teve medo de revelar ao mundo que sonha ser surfista, atriz, músico, dançarino? Pois é, muitos jovens com sonhos que parecem impossíveis, ou um tanto dispensáveis aos olhos de muitos, se tornam grandes nomes do cenário mundial. Alguns possuem o apoio dos pais, outros se agarram no otimismo e nas oportunidades do mercado diferenciado


Aos 18 anos, Michael Jackson se tornava um dos artistas mais bem pagos da indústria musical americana. Tão jovem, já arrancava gritos das fãs histéricas e elogios dos produtores e críticos musicais da década de 70, quando liderava o grupo formado pelos irmãos The Jacksons Five e se preparava para a carreira solo. Foi aos 17 anos que a modelo Kate Moss mudou o parâmetro de beleza para as capas de revistas, se tornando referência no mundo das passarelas. Com a mesma idade, Daniel Radcliffe, protagonista de Harry Potter, se tornou o adolescente mais rico da Inlgaterra. Histórias de pessoas que um dia foram comuns, imaginaram-se em determinadas posições sociais e traçaram uma perspectiva de sucesso que foi incentivada por muitos e criticada por milhares. Mas todas, enquanto jovens, um dia sonharam para realizar.

Felipe D’Angelo também tem 17 anos, e assim como um dia aconteceu com os que já conquistaram a fama, ele também sonha com ela. Ao ouvir os solos de guitarra de bandas como Iron Maiden, Edguy, Angra e outros ícones do rock n’ roll, Felipe se impolgou e começou a tocar o instrumento com apenas 11 anos. O que era hobbie logo virou paixão e projeto de profissão. Porém, com alguns excessos.

Não demorou muito para ele montar uma banda, a Steel Dragon, inspirada no filme Rockstar. “Eu levo a música muito a sério. Por isso ter banda é complicado, pecisa ter comprometimento”, diz. O sonho de se tornar um grande músico estava só começando. Ao todo, foram mais de dez formações musicais, algumas mais sucedidas, outras nem tanto.

Há dois anos, quando estava no primeiro ano do Ensino Médio, ele resolveu tomar uma decisão séria e um tanto questionável, interrompeu os estudos para se dedicar ao que gosta. Felipe já havia repetido de ano duas vezes, por fazer da guitarra seu único caderno. Neste ano ele decidiu fazer supletivo para concluir os estudos e poder cursar faculdade de música.“Meus pais me apoiaram, eu realmente gosto do que faço, preciso disso”.

“Claro que não vamos dar total razão para um adolescente que larga a escola. Mas eu sei que se num for assim, ele não vai ser feliz, e ser feliz é o que importa”, revela Silvana Gonçalves de Lima D’ Angelo, mãe de Felipe. Ela explica que compreende o sonho do filho e o apoia, para que mais tarde ele reconheça o empenho dos pais. Segundo a dona de casa, ele começou a tocar por iniciativa própria, pois rock não era prioridade na cada dos D’Angelo, o que reinava ali era mesmo sertanejo. “Eu sempre gostei de sertanejo, e de repente o Felipe começou a tovar guitarra. Por isso sei que é o que ele gosta, não é influência. Portanto, ele vai se dedicar cada vez mais, e vai fazer o que sempre sonhou”, diz.



Para ser realmente bom no que faz, ele procurou um dos ídolos. Atualmente faz aulas de guitarra com o Rafael Bitencourt, músico do Angra, uma das maiores bandas de heavvy metal brasileiro. A dedicação pela guitarra lhe rendeu trabalhos profissionais. Felipe dá aulas particulares de música e há cinco meses mantém uma banda cover de Crashdiet, grupo suéco representante do hard rock sleeze, típico dos anos 1980, cabelos descoloridos, encharcados de laquê, roupas apertadas e desfiadas, bandanas, e etc. A banda de Felipe é a Scarlet pain, formada por cinco integrantes que vão de 17 a 19 anos, todos com o sonho de que a música seja a única ocupação de suas vidas.

Recentemente, Felipe teve uma parte do sonho realizado. Na página oficial do Crashdiet na internet, o vídeo onde a banda dele toca um tributo ao grupo estava em destaque. “Quando vi a Scralet pain no site eu quase chorei. Meus ídolos postando o vídeo da minha banda na página deles é algo incrível e emocionante para mim, que me dedico tanto a isso”, relata sorridente.

Expectativa em cena – O palco é o seu melhor amigo e ao mesmo tempo o maior desafio. Evelyn Nataly Ribeiro Forgachi tem 19 e sonha em ser atriz. Ela mora em São Vicente e faz aulas de teatro em uma oficina cultural de Praia Grande. Inicou o curso aos 13 anos, e de lá pra cá, entre idas e vindas, não conseguiu mais abandonar os palcos. “Meu maior sonho é ser atriz de cinema ou televisão, sonho com isso desde pequenininha”, diz.

Evelyn largou recentemente o emprego de atendente em uma grande loja de shopping, pois não tinha muito tempo para as aulas culturais. Além do teatro, ela faz também cursos de dança. Agora está à procura de um serviço do qual possa trabalhar de segunda à sexta-feira, podendo assim se dedicar ao que realmente gosta. “Eu não posso contar muito com o apoio da família, até porque todos sabem que é muito difícil chegar até onde eu quero. Mas não penso em desistir, vou chegar lá, mesmo que eu já esteja velhinha”, diz a jovem emocionada.

Evelyn sonha em ser famosa, ter seu trabalho e gosto reconhecido. Situação parecida com a aspirante de modelo, Ana Carolina do Nascimento Wawzienkiewicz, também com 19 anos. Ela iniciou na passarela com 15, e com pouco tempo de carreira já acumula em seu currículo importantes experiências profissionais. Ana Carolina já participou de vários concursos de beleza pela Baixada Santista, comerciais e até participação em programas de auditório e na novela Malhação.



Evelyn (acima) e Ana Carolina (abaixo) sonham ser famosas



A jovem explica que viver da aparência não é tarefa tão fácil e nem tão recompensadora. “Às vezes se torna dificil, pois você tem que aprender a lidar com o tipo de ser humano meio que egoista. A concorrência é muito grande, mas podemos destacar pessoas boas e que conseguem seu lugar lá em cima com dignidade, sem precisar afetar ninguém”, explica. No ano passado, Ana Carolina foi eleita a Miss Peruíbe, o que para ela recompensou todo seu empenho e trabalho. Ela continua na luta, faz comerciais, fotos, desfila. Tudo em busca do seu lugar ao sol.

Traçando o sucesso -
Em vários casos, a família não apoia a iniciativa do jovem, por achar que esta ilusão logo desapareça ou comprometa a busca por um futuro tradicionalmente profissional. Porém, muitas dessas histórias acabam dando certo. “Basta um pouco de insistência e personalidade”, é o que diz Cadu Pelegrini, vocalista da banda Kiara Rocks. O músico teve o sonho de montar uma banda ainda menino, com 13 anos. Hoje com 30, ele começa a colher os frutos de seu trabalho.

“Prefiro ganhar bem menos e fazer o que gosto. Acredito que não podemos fazer várias coisas bem feitas ao mesmo tempo, então melhor se dedicar em uma só: a que gostamos”, explica. Cadu já teve por volta de nove bandas. A atual, Kiara, tem três anos. A banda não tem produtor ou empresário, é ele quem faz todo o trabalho de divulgação, site, criação de propagandas, agendamento de shows e etc.

Com o corpo cheio de tatuagens, cabelos compridos e um visual que se torna um tanto irreverente para alguns, ele sempre trabalhou com música. Sua única profissão fora dos palcos também esteve ligado ao rock n’ roll, ele foi assistente de tatuador por dois anos. O vocalista se declara autêntico no que faz, hoje ele diz perceber que não faria outra coisa se não cantar e tocar guitarra. “Faço o que gosto. Com o tempo ganhei amadurecimento e experiência. Não gosto de criar expectativa, mas estou num momento legal da carreira”, diz entusiasmado.

Após participar do programa Astros e do reallity show Solitários, ambos no SBT, a banda teve uma alavancada na carreira, ganhando espaço e admiradores por todo Brasil. Atualmente, o grupo tem shows marcados em São Paulo, Belo Horizonte, Manaus, Brasília, Recife e várias outras capitais brasileiras.


Profissões inusitadas -
Atento às iniciativas dos jovens atuais, o mercado de trabalho já se prepara oferecendo ferramentas para que os interessados desenvolvam suas habilidades preferidas. Em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, a Unisinos oferece faculdade de Produtor Musical especializado em bandas de Rock n’ Roll. O curso tem duração de dois anos e meio (1.660 horas-aula). No período, o aluno aprende disciplinas como História do Rock, Marketing, Direitos Autorais, Criação Musical, demontração e etc.

Já a Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, oferece graduação em Designer e Planejamento de Games. Com duração de quatro anos, o curso tem o objetivo de formar profissionais capazes de criar jogos em várias categorias, como estratégia, imersão, online e Role Playing Game (RPG).

E sonho não tem mesmo limite. Quem gosta de levar a vida sob as ondas pode fazer disso sua profissão. A Univali, em São José, Santa Catarina, oferece o curso Gestão de Negócios do Surf. As aulas tem duração de dois anos e meio, e constituem em disciplinas como história do surf, empreendedorismo, roteiro esportivo e muitas outras matérias que mesclam noções práticas e turismo com administração. Mais do que nunca, o mercado vem dando opções para a expansão das mais diversas áreas e escolhas. Tudo se torna só mais um exemplo de que gosto pode sim virar profissão.

Leitura vem de berço

Texto e fotos: Por Gabriel Martins

Santos é uma das cidades do estado de São Paulo que possui maior número de leitores, sendo boa parte deles jovens


Contar histórias para os netos é o que motiva Neuza Carvalho Sousa e Mirian Gabrielle Reis a frequentarem as palestras de Fernando Rino por Santos.
Entre os sábados do dia 15/03 até 29/03, Fernando esteve na Gibiteca mostrando a arte de contar histórias, de forma criativa e agradável. Quem estava presente também pode entrar em contato com técnicas de expressão corporal e vocal, além da prática de teatro com máscaras, boneco de luva, boneco de vara, mamulengo e fantoche.

Segundo Fernando Rino, palestrante do projeto Leia-Santos há um ano, atitudes como essa, de Neuza e Mirian são cada vez mais raras hoje em dia e, que sem esse incentivo dos adultos, os jovens vão ler cada vez menos.”Hoje, sem duvida nenhuma, os jovens querem ler e escrever, eu procuro mostrar que estas atividades podem ser divertidas, não precisa ser algo maçante, mas o exemplo tem que vir de dentro de casa, é praticamente impossível um jovem querer ler por conta própria”.

Outro ponto abordado por Fernando Rino é a condição financeira das famílias. Segundo sua experiência, pessoas de baixa renda têm menos interesse em ler, pois a família não o incentiva. “Isso (não ler) é um ciclo vicioso. É muito difícil ver adultos de famílias carentes ensinando seus filhos a ler, eles não têm o hábito da leitura e por consequencia não criam esse costume em seus filhos”.

Sonia Linda Galvão é professora há 25 anos, há cinco anos dá aula de Literatura para o segundo ano do Ensino Médio de colégio estadual. Segundo ela muito de seus alunos já chegam com o pensamento de que ler é chato. “Eu sempre trabalhei em colégio estadual, e posso afirmar que são raros os alunos que se interessam por ler, muito por causa do método de ensino das escolas.”

Segundo Sônia, as escolas obrigam alunos a lerem Machado de Assis e Camões, por exemplo, transformando gênios da literatura em matérias como matemática ou história. “Na verdade ninguém deveria ser obrigado a ler Os Lusíadas, porque, para quem não tem o hábito da leitura, esse livro acaba ficando chato mesmo. O jovem tem que ser educado a ler livros desde criança, qualquer leitura é válida, o importante é ele ser estimulado a ler sempre, para em um futuro próximo ter vontade de pegar A Cartomante e ter prazer em lê-lo”.

Jamir Lopes, coordenador de Informação e Centros Culturais da Prefeitura de Santos, informa que os jovens preferem ir à biblioteca Municipal Mário Faria localizada na praia da Aparecida, no posto 6. Esta biblioteca possui um acervo de 6000 títulos, entre eles, revistas, jornais e livros. Por mês, segundo Jamir, há 2.500 empréstimos.
Entre os livros mais emprestados pelas bibliotecas de Santos destacam-se três. Os de auto-ajuda, os da série Harry Potter e também a recente saga de Crepúsculo. O que, para a bibliotecária Sueli Aparecida Lopes, responsável pela Biblioteca do posto 6, mostra a força dos jovem na leitura. “Pode até não ser livros de autores renomados, mas pelo menos mostra o interesse dos jovens em ler algo.”

Projeto Leia Santos -
O intuito deste projeto é criar interesse nas pessoas pela leitura de livros, revistas e jornais. No que diz respeito ao público jovem, Lopes menciona uma parceria com a editora Paulus. Em workshops são distribuídos kits com livros feitos para criança de autores como Machado de Assis, Augusto dos Anjos, José de Alencar, entre outros.
Também há projetos, como o visto acima, de “Como Contar uma História”, com Fernando Rino. ( Veja um trecho da aula no vídeo)

Mas, para Fernando Rino, falta um incentivo maior para as crianças. Ele conta que costumava trabalhar em São Paulo em um projeto que visava leitura para crianças carentes, mas a prefeitura não quis dar continuidade. “Falta um planejamento maior para que se consiga ter um resultado melhor, não é uma palestra ou aulas esporádicas que vão fazer as crianças querer ler. Mesmo aqui na cidade, o Leia-Santos não é o suficiente para suprir esta carência.”

Este projeto foi criado há seis anos e funciona todo os finais de semana sempre em um lugar diferente da Baixada Santista.Para conferir a programação completa do projeto no mês de junho clique aqui.

Quando a tecnologia atrapalha

Por LG Rodrigues

Estudos indicam que a dependência das novas tecnologias por parte dos jovens cresce, assim como as novidades direcionadas para o setor

Por acaso você usa algum aparelho eletrônico com muita frequência? Provavelmente sim, afinal o século XXI representou uma explosão tecnológica de proporções gigantescas para a história da humanidade. Utilizar tais aparelhos apenas para otimizar seu cotidiano é algo aceitável e muito normal nos dias de hoje. Entretanto, quando a utilização deles foge do controle e o conforto é tomado pela obsessão, o cenário muda indicando que talvez seja a hora para começar a maneirar, não apenas com o uso excessivo dos aparelhos high-tech, mas também com a dependência de internet e afins.

Às seis horas da manhã o celular da estudante paulistana de 17 anos, Karine Penha, dispara seu alarme e rapidamente ela desperta. É o celular da jovem que a alerta todos os dias sobre o começo de uma nova manhã, e ainda é o mesmo aparelho que lhe servirá de MP3 player durante o caminho de alguns poucos quilômetros que ela faz até o cursinho preparatório para vestibular mais próximo de sua casa.

Andar sem o seu “amado” celular é algo fora de questão. “É como se não pudesse viver sem ele, o dia não irá correr como de costume”, comenta Karine. O aparelho telefônico é simplesmente o melhor amigo da jovem enquanto ela passa seu dia. Ela ainda revela que já utilizou o aparelho até mesmo para dar uma “mãozinha” durante as provas, passando cola para seus colegas de classe.

Não fosse suficiente um aparelho celular, Karine possui dois. Ela diz que o primeiro já possuía há algum tempo, foi quando ganhou um segundo celular e passou a utilizar ambos os aparelhos. Quando indagada o porquê disso ela diz que não sabe precisar exatamente a necessidade de ter mais que um. “Sabe que eu não sei? Eu tinha um, aí ganhei outro e continuo usando os dois, eu era dependente de um e este era suficiente agora preciso dos dois. A não ser que eu ganhe um outro com dois chips”.

Tirando o celular que a auxilia desde que acorda até quando ela dorme, a jovem também diz que seu computador é grande aliado tanto na hora de relaxar quanto na hora de trabalhar. “Boa parte dos meus trabalhos pro cursinho faço no meu PC”. Quando perguntada sobre as horas livres ela diz que passa um bom tempo navegando, embora nem tanto quanto no passado. “Uso muito o MSN e Orkut para conversar com meus amigos, até mesmo agora para te dar a entrevista, mas já não passo tanto tempo online quanto costumava, agora que estou me preparando para o vestibular do ano que vem”.

Porém quando perguntada sobre qual item tecnológico que possui do qual ela é mais dependente a resposta vem sem nenhum tipo de hesitação. “Minha chapinha. Não conseguiria sobreviver sem ela de jeito algum, é minha companheira que eu nunca passo um dia sequer sem usar”, finaliza a estudante.

Essa dependência por eletrônico ainda não possui um nome oficial, porém pode ser chamada de Síndrome de Contato Permanente. Mas por que isso se dá? Por que alguns jovens chegam a roubar dinheiro apenas com o intuito de freqüentar lan-houses? A resposta seria a junção de muitas informações com o crescente interesse pelas novas tecnologias, o que acaba causando uma euforia no cérebro das pessoas e as deixa em estado alerta o que causa uma sensação agradável para a mente humana.

De acordo com a psicóloga Sandra Martins de Lima, as pessoas que desenvolvem a síndrome já apresentam alguma doença antes, como fobias, depressão ou baixa autoestima. “Até mesmo uma família desestruturada pode ser a causa de dependência tecnológica em um jovem dos dias de hoje”.

A tecnologia, portanto, acaba se tornando uma espécie de refúgio para os problemas pessoais dos jovens, os quais sem dúvidas tentam fugir do mundo real ou construir uma realidade própria, uma vez que o uso dos eletrônicos deixa o cérebro mais relaxado e sem conseguir distinguir a vida real da imaginária.

Por isso é necessário que se mantenha um controle sobre o uso dos aparelhos tecnológicos e que se imponha um limite que defina até onde o uso de tal aparelhagem é por mero conforto e diversão ou quando passa a se tratar de uma necessidade desenfreada. Isso sem contar que a utilização excessiva de alguns aparelhos como o computador pode acarretar em outros problemas como de visão e até mesmo de postura. “Impor limites ainda é a melhor maneira de prevenir que os aparelhos tecnológicos venham a interferir na vida dos jovens, e esse limite cabe aos pais definir”.

Quando o jovem já atingiu uma idade mais madura, porém aí esse limite deve ser colocado pelo próprio usuário. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Lucas Patrício, o qual trabalha com relações públicas e adora qualquer tipo de “bugiganga” eletrônica. Por e-mail, ele respondeu. “Apesar de a tecnologia fazer parte do meu dia-a-dia e eu ser aficionado por ela, não me considero nem um pouco viciado. Tenho costume de sempre me manter atualizado sobre o assunto, gosto de ter aparelhos bacanas, mas isso está longe de ser um vício.”

Assim como a jovem Karine, Lucas diz que a internet também é uma ótima maneira de interagir socialmente com outras pessoas, mas como tudo na vida é necessário manter um equilíbrio. “Eu saio todos os finais de semana com minha namorada, amigos, jogo bola, como qualquer outra pessoa.”

Quanto a gastos, ele revela que de vez em quando passou da conta, porém não é algo que acontece frequentemente e que assim como nas saídas de casa ele também sabe controlar e equilibrar. “Tem gente que gasta o salário inteiro no super-mercado, outros no cabeleireiro... É uma escolha individual.”

No fim das contas, o que fica é o seguinte recado: não deixe de usar as novas tecnologias, pelo contrário, mantenha-se sempre atualizado sobre novos assuntos, aparelhos e etc. Mas como tudo na vida, é necessário que o próprio usuário mantenha certo controle sob aquilo que ele faz. Verificar se anda abusando além da conta na hora de se divertir de forma high-tech é um conselho dos economistas e psicólogos. Assim como Sandra aconselha: “Quem sabe dosar, sabe usar”.

Chapinha vira item de bolsa - Nos últimos anos a chapinha tem ficado cada vez mais famosa entre as jovens adolescentes, porém a história dela não é tão nova quanto a de suas usuárias. Muito pelo contrário, ela começa ainda no século XIX, quando Jessica Levinson Young usou bastões de metal para alisar os cabelos, ainda no ano de 1882. Mas a chapinha mais próxima daquelas utilizadas nos dias de hoje foi criada pela escocesa Lady Jennifer Bell Schofield, a qual aperfeiçoou o design do aparelho em 1912.

A jovem estudante de jornalismo Mariana Serra, 19 anos já está ainda mais a frente de seu tempo. A jovem está na redação de seu programa televisivo, onde trabalha como repórter, quando recebe uma chamada para gravar uma matéria, sem a menor sombra de dúvidas a jornalista tira uma minichapinha da bolsa e corre para o banheiro onde vai dar uma retocada no cabelo. É isso mesmo, a novidade que é bem mais compacta que a original, já é item indispensável na bolsa de muitas garotas preocupadas em manter o cabelo em perfeito estado não importa a ocasião.

Mariana diz que já usava chapinha anteriormente, quase sempre em casa, porém ganhou de presente de aniversário uma minichapinha e um minisecador, os quais ela passou a levar junto de si na maioria das vezes. “Quase sempre que vou trabalhar ou na casa de alguma amiga eu levo junto pro caso de precisar dar algum retoque no cabelo”. E além de ser bem menor e de fácil uso as “minichapinhas” também são mais baratas, o que está facilitando a popularização do novo acessório de bolsa.

A internet como comércio - A dona de casa Cristiane Ferreira dos Santos, 44, acessa sua página pessoal do Orkut quando recebe um pedido de entrega de um cachecol, ela responde ao recado, acerta os detalhes do preço, entrega e assim faz mais uma venda. E assim como ela muitas outras pessoas aderem a sites de relacionamento com o intuito de encontrar novos clientes e comercializar seus produtos.

Para isso, Orkut, Facebook, MySpace e diversos outros web sites tem agregado cada vez mais que os usam mais como uma ferramenta de trabalho do que como forma de se divertir. Cristiane conta que vende cachecóis desde 2007 e inicialmente vendia cachecóis pessoalmente, porém possuía fotos no Orkut onde ela aparecia vestindo os itens. Foi quando as peças começaram a se popularizar e a surgir diversos pedidos. Nessa hora ela resolveu expô-los pela internet já com a intenção de divulgar o trabalho e vender, o que acabou dando muito certo. Cristiane ainda tem ajuda da filha Manuella, a qual conta que a mãe não teve problemas para mexer com a internet. “Ela tem mais manhas do que eu na hora de usar”.

O que é a realidade aumentada?

Por LG Rodrigues

Realidade Aumentada, ou RA para os íntimos, é uma tecnologia que permite que os usuários sejam capazes de interagir com objetos virtuais. Porém não vá achando que aquilo que é virtual vai pular para fora de seu computador e interagir com você como nos filmes de ficção científica, pelo contrário, o usuário é quem deve visitar o mundo virtual para “brincar” com objetos cibernéticos. Para isso basta colocar as “etiquetas” feitas especialmente para a realidade aumentada em frente à uma webcam e ver a imagem surgir na tela do computador, como se ela estivesse do seu lado. Não entendeu ainda? Então siga os seguintes passos que abaixo e você irá compreender melhor como a tecnologia funciona.

1- Clique em iniciar, depois em “Allow”, ou “Permitir”, dependendo de sua câmera, para que sua webcam seja ativada. Caso ocorra algum problema basta clicar com o botão direito e escolher “Settings” ou “Configurações” e selecione o ícone da webcam e escolha a câmera no menu.

2- Após isso basta mostrar o símbolo para a webcam e visualizar sua figura em realidade aumentada na tela.

Obs: O efeito não funcionará caso o papel esteja dobrado, com a luz refletida ou se seu dedo estiver obstruindo a área preta da etiqueta.

Tribos Urbanas

Eles formam nichos infinitos. São compostos por meninos e meninas de diversas idades, etnias, localidades e costumes. As tribos urbanas vêm se tornando frequentes entre os jovens do mundo, que cada vez mais transitam entre elas, conhecendo como funcionam isoladamente. Conheça agora representantes de alguns grupos distintos, que mostram o que cada gosto tem a oferecer




Grupo: Rock n’ roll
Características: São divididos em vários grupos segmentados pelo estilo de rock, como metal, hard rock, punk rock, hard core, emos, góticos, power metal, metal melódico e mais uma seqüência infinita de estilos e seguidores. Em sua maioria, gostam de músicas com solos de guitarras, roupas pretas e assessórios de metal.
Representante: Fábio Perosa de Camargo
Idade: 23 anos
Influências: Andi Deris & Helloween, Axl Rose & Guns N' Roses, Sebastian Bach, Jason Mewes, James DeBello.

Cabelos longos, bandana à Axl Rose, óculos Ray Ban. Herança de bandas que marcaram a história dos anos 70, 80 e 90 com um hard rock envolvente. Em seu quarto é possível encontrar um gigantesco acervo de cds e dvs, coleção feita desde criança, quando baixar músicas pela internet não era possível.
Pela aparência, sua sentença. Fábio acumula histórias para contar, como ser confundido com menina, experiências de cores e efeitos no cabelo que não deram muito certo e algumas roupas que tentaram ser customizadas e acabaram perdidas.
Ele gosta de ir aos shows das bandas que admira, em barzinhos de rock e etc. Quando a pergunta é por que gostar do som, a resposta é simples, objetiva e direta: “For those about to rock, we salute you”, música da banda AC/DC, que significa “Se for para falar de rock, nós saudamos você”.



Grupo: Nerd
Características: Se reúnem na Internet para participar de jogos on-line onde fazem disputas em clãs para duelar. Gostam de assistir séries e filmes mais em suas casas do que nas televisões na casa dos outros e em cinemas respectivamente.
Representante: Christian Aguiar
Idade: 21 anos
Influências: Seu padrinho, pois ele trabalha em uma plataforma da Petrobras, área na qual sonha trabalhar um dia.

Todos os dias, Christian vai para o Senai, onde faz o curso de Instrumentação. Três vezes por semana, ele dá aulas em uma escola do Quarentenário, bairro de São Vicente. Além de ter seus momentos particulares assistindo suas séries e filmes, Christian também gosta de sair com seus amigos. Dar um “rolê” em um shopping e ir a barzinhos com os amigos, também são lazeres que o jovem gosta de fazer. Seu estilo musical é baseado em rock e música clássica. “Gosto de rock porque é um estilo agitado e música clássica, porque começa de uma forma e termina de outra.”, explica Christian.


Grupo: Samba / Pagode
Características: Quem gosta de samba não precisa de muito para curtir e seguir esta paixão. Tudo começa e acaba em “rodas de samba”, na maioria das vezes acontecem no quintal de casa, antes durante e depois das festas, nos domingos, barzinhos, shows e etc. Na maioria das vezes saem em grande quantidade de pessoas, a vestimenta vai do critério de cada um. As mulheres, geralmente, optam por roupas mais confortáveis despojadas não, esquecendo do sapato de salto alto.
Representante: Talita Gonçalves
Idade: 21
Influências: Alcione, Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Sensação, Beth Carvalho, Leci Brandão, Art Popular, Só Pra Contrariar, Reinaldo, Neguinho da Beija Flor e Arlindo Cruz dentre outros artistas.

Todas às sextas – feiras, o point da galera é no Bacana Bar, onde têm vários grupos de Samba. Aos sábados, vão para o Marechal Bar onde rola Samba Rock, ou no Estação Brahma, onde rola muita agitação e samba da melhor qualidade com os meninos do Quintessência. Talita ressalta ainda shows de grandes nomes do samba, como Alexandre Pires ao qual ela dedica dois álbum do seu Orkut e muitos vídeos. “O Samba é minha vida, não imagino meu dias sem Samba”, explica a jovem.
Nega afirma também que o ritmo será eternizado dentre as novas gerações de sambista como Diogo Nogueira, filho do grande sambista “João Nogueira”. E como diria a Marrom Alcione, em companhia de Cássia Eller, “Não Deixe o Samba Morrer.”



Grupo: Sertanejo
Características: Se reúnem em baladas country ou rodeios de cidades do interior. Chapéu de cowboy, calça jeans apertada e uma camisa xadrez já fazem parte do figurino. É claro, mais moderno, sem muito exagero.
Em Santos essa tribo, por não ter um local específico, se encontra em shows e eventos do gênero.
Representante: Filipe Cardoso Rodrigues.
Idade: 21 anos
Influências: Zezé de Camargo e Luciano, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano,César Menotti e Fabiano, Jorge & Mateus, Victor & Leo.
De quinta a domingo, Filipe, morador de São Paulo, sempre marca presença na casa de show Villa Country, segundo ele a melhor da noite paulistana e talvez do estado. O principal motivo que o fez entrar no sertanejo eram as mulheres, “só tem mulher bonita nesses lugares, mas depois que você vai e um show, vicia, não consegui largar mais essa vida”.
Também há, segundo Filipe, ídolos no sertanejo que são fenômenos como Ivete e Claudia Leite.
Ele é daqueles que adoram usar seu chapéu e não o tira por nada, sempre que pode ele o usa. “Eu me sinto pelado sem ele, sempre que o uso as pessoas me olham, não como uma pessoa estranha, mas com admiração, aposto que ele iriam querer ter um igual ao meu”
O único problema visto por Filipe é o alto custo deste segmento, os shows e rodeios são muito caros e só quem tem uma condição financeira boa consegue sustentar o “vício”. Por exemplo, um chapéu de cowboy, utensílio indispensável no figurino de quem vai a uma balada country custa por volta de R$ 40,00.



Grupo: Geração saúde
Características: Uma nova geração de jovens preocupados com a saúde física e mental. Fazer exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação saudável e se manter afastado de vícios são as características desses jovens.
Representante: Denis Azarias
Idade: 19 anos
Influências: Jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho

“Atividade física é vida saudável”, diz Denis Azarias. Estudante do 2º ano do curso de Educação Física da Universidade Santa Cecília (Unisanta), o jovem faz a lição de casa quando o assunto é saúde. Adepto de uma alimentação saudável e de exercícios físicos regulares, Denis afirma que não consegue imaginar sua vida sem esses cuidados. O estudante trabalha no Colégio Novo Tempo, onde dá aulas de natação para crianças de 5 a 11 anos. Também é personal trainer na academia da Unisanta. Quanto à carreira profissional, depois de formado, ele pensa em algo ligado à área da saúde mesmo.


Grupo: Reggae
Características: O regueiro de verdade curte ouvir sons clássicos do gênero, como Bob Marley e Ziggy Marley. Gosta muito de letras que falam de paz e de Jah, que para os rastafáris significa Deus. Outro nome considerado sagrado para eles é Roots, que quer dizer raiz, ou tudo que é tradicional e natural.
Representante: Fernan Domingues
Idade: 21 anos
Influências: Bob Marley, Ziggy Marley, Planta e Raiz, e Mato Seco

Seu visual entrega o que para ele é um estilo de vida. Com sua boina vermelha, verde, preta e amarela, ao melhor estilo de seu ídolo Bob Marley, ele garante que nunca saiu do Reggae. Já tocou em diversas bandas do gênero e hoje é percussionista e backing vocal do Jah Luz (Deus é Luz), que possui integrantes de São Vicente, Praia Grande, Peruíbe, Itanhaém e ele de Mongaguá. A banda tem 15 anos de história se apresentando principalmente no litoral de São Paulo. Além de tocar toda semana com sua banda, Fernan Domingues curte ir sempre no Cannil Club Video Bar, que fica em Peruíbe. Ele também diz que já foi muitas vezes à Igreja Bola de Neve, que fala muito de paz.

O Doutor explica (conteúdo exclusivo)

Texto e foto: Thaís Cardim



Viciados em fast-foods, guloseimas e refrigerantes, os jovens vêm se tornando alvo de estatísticas nutricionais nada positivas. O médico pediatra Maurício Lahan explica como a má alimentação pode por em risco a saúde desses adolescentes

Thaís Cardim: Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a nossa faixa etária seria a primeira geração que teria uma expectativa de vida reduzida devido a doenças como obesidade e hipertensão, que têm sido registradas em crianças e adolescentes. O senhor concorda com esses dados?


Dr. Maurício Lahan: O aumento dessas doenças nessa faixa etária é um fato, mas acredito que isso interferir na expectativa de vida seja exagero. No mundo todo, a medicina está bem evoluída nessa área. Vai depender daquele adolescente, quando se tornar um adulto, fazer o tratamento adequado, senão complica. O que sabemos é que a criança que é obesa hoje tem uma probabilidade maior de ficar doente, com hipertensão e diabetes, do que uma criança há 20, 30 anos atrás. A obstrução das artérias tem começado mais cedo. Quando me formei, não era uma prática nossa dosar o colesterol e a glicemia de crianças. Hoje a gente pede e tem muita criança com colesterol alto.

TC: Por que essa mudança?

ML:
Culpa dos “Mc Donald’s da vida”. Ninguém come mais feijão com arroz; todo mundo come catchup, mostarda, maionese, essas “coisarada” toda.

TC:Além de hipertensão e obesidade, essa dieta que nós temos pode acarretar quais doenças?

ML:
O sedentarismo, internet, a facilidade em ter tudo, leva o jovem a apresentar quadros de depressão. A diabetes também tem crescido nessa faixa etária. O aumento de peso se deve ao fato de todo mundo comer rápido e errado, não só o jovem. No caso do adolescente, a mãe nem está em casa para ver o que ele está comendo; dá o dinheiro e manda ele comer nos restaurantes por quilo. A mulher não tem mais tempo para isso. O feijão demora duas horas para cozinhar. A comida saudável tem um tempo de preparo mais demorado, por isso que as pessoas comem em lugar “pronto”. Esse tipo de alimentação pode antecipar problemas.
O metabolismo do crescimento absorve muito do que o adolescente come, pois ele precisa de muita energia para isso. Passada essa fase, se o adolescente persiste nesse modelo de alimentação e não gasta essa energia extra, só cresce para os lados (risos). É o risco que se corre ao não praticar um esporte, ao ficar horas na frente do computador. Eu vejo que vocês vão mais à academia para moldar o corpo, não para moldar a saúde.

TC: Há riscos para quem troca a ingestão de água por refrigerantes?

ML: Obesidade, pois o refrigerante tem muita caloria.

TC:Os sucos em pó ainda são uma alternativa mais saudável do que os refrigerantes?

ML:
Entre eles e o refrigerante, o segundo ainda é melhor. Esses sucos contém uma substância chamada sorbitol, que é um tipo diferente de açúcar, que não se deteriora e tem muita caloria. O ideal mesmo é beber água e comer à moda antiga: arroz, feijão, batata frita caseira, pois não contém gordura transgênica, bife, alface ... essas coisas.

TC: Mesmo com essa má alimentação, uma pesquisa afirma que a nossa estatura é maior do que a dos nossos pais. Não é um contrasenso?

ML:
Não é só a alimentação que é responsável por esse crescimento e sim a melhora da qualidade de vida, da renda da família, das condições habitacionais, controle de infecções, vacinação em massa ... Tudo ajudou. A alimentação é só um dos fatores.

Igreja evangélica com pegada rock n’ roll

Texto:Por Alexandre Alves
Fotos: Divulgação



A revista Profile enviou o repórter Alexandre Alves para mostrar o trabalho da Bola de Neve Church, que utiliza a música como instrumento de evangelização e tem seus cultos voltados especialmente ao público jovem. Entre um solo de guitarra e outro, o pastor consegue relatar palavras bíblicas de forma extrovertida, reunindo na Igreja jovens que procuram, além da paz interior, auxílio para problemas com álcool, drogas e transtornos emocionais




Domingo de manhã, culto em Igreja Evangélica e... rock n’ roll. Enquanto o pastor, com um visual bem mais à vontade que aquelas tradicionais gravatas, pregava palavras religiosas, os músicos, em alto e bom som, tocavam melodias de empolgar qualquer um. Eu, batizado em Igreja Católica, nunca participei de qualquer religião a não ser da de meus pais, mas imagino que nenhum outro lugar pode ser parecido com a Bola de Neve Church, como é chamada.

O clima despojado é totalmente diferente daquilo que eu vi anteriormente em outras igrejas, e do que imagino também que seja nas diversas que não fui. Praticamente todos de tênis ou sandálias, no caso de mulheres, alguns de bermuda e outros até de boné com a aba virada para trás. Desde pequeno, aprendi que homens não deveriam entrar em Igreja e nem fazer o sinal da cruz se estivessem com a cabeça coberta. É considerado desrespeito.

Sob o slogan “In Jesus, we trust”, que em inglês significa “Em Jesus, nós confiamos”, a Bola de Neve tem como diferencial a informalidade típica dos jovens, e a ausência de dogmas, tradições e outros costumes religiosos. Além disso, a Igreja procura sempre manter a sua imagem associada a esportes radicais e seus louvores são em ritmo de pop rock.

“É algo que começa pequeno, vai crescendo e se transforma em uma avalanche que envolve todos”. Essa é a explicação para o nome da Igreja, segundo o pastor Eric Vianna, e que traduz o sentimento de todos que fazem parte dela.



O que me chamou muita atenção também é o fato de ter uma prancha de surfe em pleno o altar, servindo de bancada para o pastor durante o culto. Pode-se dizer que ela é o símbolo da igreja, algo comparado talvez à cruz no catolicismo. “Isso começou de maneira totalmente involuntária. Nossa primeira reunião foi em um showroom de uma empresa de surf wear em São Paulo. Não tínhamos um lugar para encostar a Bíblia e havia uma prancha do lado. Acabamos pegando-a para isso e virou um emblema da Igreja”, diz Eric Vianna.

Em determinado momento do culto, o pastor sai do altar, que logo se transforma praticamente em um palco, dando total espaço aos músicos, e o clima de show de rock dominava toda a Igreja. A banda é composta de baterista, baixista, guitarrista e três que se alternavam nos vocais com o passar das músicas. São duas mulheres e um rapaz, que lembra muito o estilo de um vocalista de hardcore (ou seria um gospel/hardcore?).

As músicas, de fato, mexiam muito com os frequentadores. Alguns choravam com a energia das palavras e das melodias, outros vibravam com bastante intensidade e era possível ver até gente pulando junto com o ritmo das canções. “A maior expressão do coração de Deus é a música. Dizem que o rock é do diabo, mas na verdade ele não tem nada. É um instrumento de adoração a Deus”, explica Vianna.

O pastor lembra também da capacidade de recuperação que a Igreja pode ter. Ele diz que os jovens da Bola de Neve procuravam algo que preenchesse o vazio em que viviam. “Buscavam no mundo, nas drogas, no rock n’ roll... Mas foi em Jesus que eles encontraram isso”.

Um exemplo disso é Bruno Brito, de 23 anos, hoje universitário, estudante de Engenharia de Produção, na Universidade Santa Cecília. Ele conta que conheceu a Igreja depois que uma amiga viu seu estado depois de uma festa rave. “Estava no fundo do poço, até que essa menina me ajudou. Eu vivia em um mundo de mentiras cheio de ilusão. Hoje a Bola de Neve é minha família”, diz.

Já a pastora Sheila Vianna fala que sua vida antes de se converter à Igreja era muito difícil. “Eu tinha uma vida sentimental muito conturbada e familiar também. Minha família era bem desestabilizada e foi destruída por adultérios, separação dos meus pais...”. Ela diz ainda que antes tinha um trabalho, fazia faculdade, mas considerava que aquilo era uma vida vazia. “Hoje, Deus me deu um marido, uma filha e vejo, dentro dos valores do evangelho, o quão longe estava daquilo que Deus tem para gente”, completa.

No culto, a maioria dos frequentadores era composta por jovens, mas também foi possível ver um número bem razoável de pessoas de mais idade, e até, de cabelos brancos. “A Bola de Neve, inicialmente, era composta apenas por jovens, principalmente surfistas e outros esportistas. Só que esses jovens começaram a crescer, constituíram família, vieram os filhos e agora somos uma Igreja familiar”, diz Eric Vianna. Ele completa dizendo que os pais de jovens, antes problemáticos, querem saber o que acontece com os filhos que mudaram e, por isso, acabam entrando para Igreja.

Mas também há aqueles mais velhos que entram na Igreja por outros motivos, como é o caso de Luis Carlos Alves, de 52 anos. “Eu entrei para a Igreja porque não agüentava mais a situação que vivia”. Após 35 anos no mundo das drogas, ele conta que foi procurado pelo pastor, na época um dos membros da Bola de Neve. “Ele veio me oferecer um prato de comida e eu, embriagado, ‘fumado’, ‘cheirado’, xinguei”. Alves se recuperou das drogas após longo período de abstinência e internação, e ainda sobreviveu a um câncer. Hoje, ele trabalha para a Igreja e diz “o mais gostoso é estar nos braços do Papai”.

Ao final do culto, depois de muita música acompanhada de emoções e palavras como “Amém” e “Aleluia”, o pastor volta ao altar e lê trechos da Bíblia Sagrada. Agora em um ritmo bem diferente daquele durante o “show”, ele passa as mensagens religiosas de uma maneira mais conservadora do que anteriormente. De qualquer maneira, é notável o trabalho diferenciado que a Igreja Bola de Neve realiza não só para jovens, mas para todos aqueles que a procuram.

Serviço:

Em Santos, a Igreja Bola de Neve fica à Rua Padre Anchieta, 187. Os cultos acontecem aos domingos, às 10 e às 19 horas, e às quartas-feiras às 20 horas. Mais informações pelo telefone (13) 3224-4979.
Para saber mais sobre a Igreja, acesse o site
(aqui).

Hora de se emancipar

Por Willian Guerra

Conviver com pessoas até então desconhecidas, em uma cidade de onde se conhece pouca coisa, sem o almoço de domingo na casa da avó, as conversas com o pai e os cuidados da mãe. Mesmo assim, a vida em república se torna uma das opções mais utilizadas pelos jovens que buscam, longe de suas casas, um futuro profissional. O que parece bagunça, aventura ou até loucura para uns, é incentivado por psicólogos que afirmam: a independência auxilia no amadurecimento


Não há um padrão de ideais entre os jovens, mesmo que sejam da mesma classe social. Há os que já estão formados e possuem um bom emprego, outros perseguem com empenho e firmeza um projeto de vida, enquanto muitos não sabem o que querem. Para os inseguros, que temem o futuro e se ligam em demasiado à casa e ao aconchego dos pais, a decisão de morar sozinho em uma república pode ser uma aula eficaz de independência construtiva, um caminho suave para a vida adulta.

Não se trata apenas de aprender a cozinhar, lavar e passar, e a conviver com as pessoas que eles nunca viram. Trata-se de aprender a ser livre sem esbarrar nos direitos dos outros, o que é uma experiência positiva para a vida pessoal e profissional, segundo educadores, psicólogos e até alguns moradores ou egressos de repúblicas.

Letícia Schumann, estudante de jornalismo, saiu de Itajubá, no interior de Minas Gerais, para a cidade litorânea de Santos. Lá ela vivia com os pais e cursava a faculdade de direito em um município vizinho. Depois de perceber que a legislação não era bem a sua área, Letícia resolveu prestar vestibular em duas faculdades do Estado de São Paulo. A PUC e a Unisanta foram as opções da mineira. Por falta de vagas na PUC e por conhecer algumas amigas que já moravam no litoral, a jovem optou por fazer jornalismo em Santos.

Hoje, Letícia mora com três colegas em um apartamento no prédio Itajaí, localizado em frente à faculdade. Ela ressalta que a liberdade de fazer o que quiser é barrada na responsabilidade de ter que fazer a sua comida, ter que limpar as suas coisas e ter que se “automedicar” quando está doente. “Não tem mamãe nem papai para cuidar de você. É uma vida totalmente diferente da que eu tinha lá em Itajubá.”, diz a estudante.

A república é nada mais do que uma casa/apartamento onde jovens de diferentes lugares moram para que possam fazer a faculdade que tanto desejam. As universidades que possuem algum curso que se destaca dos outros, tendem a chamar mais atenção para estas repúblicas. Em residências ao redor ou próximas às universidades, podemos achar com facilidade três, quatro ou cinco repúblicas para jovens que migram de cidades distantes.

Os preços podem variar conforme a localização e a quantidade de quartos. Em repúblicas que ficam próximas à faculdade e com quartos individuais, os valores chegam aos R$ 600,00 por mês. Este valor é muitas vezes dividido entre quatro, cinco ou até seis pessoas. Nas próprias faculdades há alguns folderes que possuem telefone de contato para essas moradias.

A psicóloga, pedagoga e pós-graduada em neuropsicologia, Sandra Bezerra, apoia a ideia de que a pessoa viva em uma república. “É benéfico. Viver em república é vantajoso desde que o jovem tenha uma personalidade estruturada pela família”, diz Sandra. Para ela, o adolescente só vai conseguir conviver com os demais se ele souber viver em grupo e aprender a compartilhar qualquer coisa presente dentro de sua nova moradia.

“O adolescente não preparado só vai bater nas barreiras que o mundo impõe.”, Sandra alerta que o jovem deve aprender a ceder algumas coisas para que o ambiente em que vive seja confortável, pois, em sua cabeça, ele tem a “liberdade” que não tinha em casa. Com isso acaba passando de alguns limites dentro da república, o que gera conflitos com seus companheiros.

Gustavo Apolinário Domingues, 21 anos, mora em uma república há dois anos e meio. Ele conta que já viu pessoas chegarem e saírem da república onde vive. “Com certeza o maior problema é conviver com pessoas de todos os estilos. Você pode morar junto com um punk e um pagodeiro.”, disse o estudante, que está no seu penúltimo ano de Ciências da Computação na Unisantos.

O jovem conta que já viu muitas brigas e presenciou muitas cenas de risos no prédio. Era um que chegava bêbado em “casa” e não conseguia subir as escadas, outro que explodiu a lasanha quando foi colocá-la no micro-ondas. “No fim das contas é bom. A gente acaba aprendendo muitas coisas com pessoas de outros lugares e eles aprendem com a gente.”, completa Domingues.

A psicóloga Sandra afirma que o adolescente que mora em república pode ter melhor rendimento profissional do que o outro que reside com os pais. A experiência de morar e conviver mais cedo com pessoas “desconhecidas”’ geralmente contribui para que jovem tenha maior facilidade de se relacionar melhor futuramente no mercado de trabalho.

É o que a estudante de psicologia, Camila Savassa Araújo, de 22 anos, conta. Ela migrou do interior de São Paulo para Santos com ideia de fazer faculdade de Artes Visuais na Unisanta. Morou em uma república também formada só por mulheres e depois de um semestre decepcionante largou a faculdade, conseguiu um emprego e começou a juntar dinheiro para fazer outra faculdade, a de Psicologia.

Hoje, Camila mora sozinha em um apartamento em São Vicente. Ela se sustenta com seu emprego, e continua sua faculdade. “Poderia ter ficado na república. Pagava menos, tinha mais companhia, mas aprendi muita coisa lá que está servindo para o convívio no meu emprego e na minha futura área de trabalho. Me vejo mais responsável e preparada para tudo.”, conta.

“Viver sozinho faz bem”, explica a psicóloga. Sandra diz que é importante para a vida profissional, o período em que o jovem começa a ter uma visão de mundo diferente e não tem mais seus pais para lhe dar o suporte que foi dado durante toda a sua vida Segundo ela, este amadurecimento desperta para a “vida adulta”.

5 LIXOS E 1 LUXO

Por Danilo Netto

A Revista Profile entrevistou Emerson Rodrigo que tem 26 anos de idade, desde bem jovem trabalha com jogos eletrônicos. Começou como vendedor na já extinta loja Killer Games. Após isso passou por diversos outros estabelecimentos até se tornar redator e editor do programa televisivo Santa Games, aonde durante mais de cinco anos adquiriu experiência na área e produziu matérias de centenas de jogos e franquias diferentes.

Nesse meio tempo Emerson, que é fã assíduo e jogador profissional de games de luta, participou de vários torneios, culminando como campeão brasileiro de Soul Calibur, feito invejável.

Hoje ele ajuda na divulgação de campeonatos para gamers profissionais e amadores na baixada santista. Emerson cursa Rádio e TV na Unimonte, escreve periodicamente para o blog tekkenbr.wordpress.com e participa de vários campeonatos de Street Fighter IV e Tekken 6, onde quase sempre briga pelos primeiros lugares do pódio.

Emerson contou para nossa revista quais, em sua opinião, são os cinco piores consoles de vídeo-game de todos os tempos e um que em sua opinião revolucionou o mundo dos games.

Lixos:

Nº 5: 3DO – Panasonic



Sim, a Panasonic já lançou um console em 1993, o 3DO foi o primeiro e até onde sei o ultimo console da fabricante japonesa. A premissa do 3DO era boa, os jogos prometiam ser um hibrido entre games e filmes, embora seja verdade que alguns dos jogos cumpriram essa promessa, não foi suficiente para salvar o 3DO de ser um fracasso. Motivo principal? O preço. 700 dólares na época de lançamento, um absurdo comparado aos concorrentes Nintendo 64 e Playstation que custavam em torno de 300 dólares e possuíam franquias bem mais chamativas como Zelda, Final Fantasy, etc.

Nº 4: Atari Jaguar – Atari


É fantástico pensar nisso, mas a Atari conseguiu emplacar não um, mas dois consoles nessa lista. E por que o Jaguar era ruim? Controles? Não, dessa vez eles eram bons, ao menos funcionavam, o problema é que o Jaguar nutriu um termo que até hoje cega as pessoas, os Bits. Durante a guerra dos 16 bits, travada na 4ª geração entre o Super Nintendo e o Mega Drive, a Atari resolveu lançar o Jaguar com a promessa de que ele possuiria 64 bits. A potencia era quatro vezes maior que a dos consoles da época. Porém quando os jogos chegaram, eles não só apresentavam gráficos inferiores aos do Snes e Mega, como era piores na maioria dos games. Simplesmente porque ninguém estava acostumado, ou se quer sabia produzir jogos tão detalhados e mais uma vez a Atari lançou um fracasso em forma de console.

Nº 3: Sega 32X – Sega

É fato que o 32X não é bem um console, ele serviu mais como uma expansão e uma tentativa desesperada da Sega para tentar competir com o Super Nintendo. O add-on era inserido na parte de cima do Mega Drive e possuía jogos próprios para ele. Os games eram ruins, bem ruins, a versão de Doom, por exemplo, tem os gráficos mais chamativos, porém sons péssimos e a versão de Snes ainda é a mais jogada até hoje. O preço também não era nada chamativo e os jogadores da época sabiam que o Sega Saturn já estava sendo lançado no Japão, o que foi mais do que suficiente para tornar o 32X dispensável e um fracasso de vendas.

Nº 2: Atari 5200 – Atari

O 5200 é um console extremamente curioso, como que o sucessor do videogame mais popular do mundo, o Atari 2600, poderia falhar? Era só manter a popularidade do console anterior que tudo ia dar bem. Funcionou? Bem... não. Por quê? Simples, porque os controles desse lixo de console quebravam com uma hora de uso, o que mais se pode dizer? Ah sim, as vendas do 2600 continuaram que foi uma beleza e o Atari 5200 morreu rapidinho.

Nº 1: Virtual Boy – Nintendo

Sem dúvidas o maior lixo (se é que posso considerá-lo um lixo) foi o Virtual Boy. Por quê? Bem, o que dizer de um videogame portátil que não é portátil? O design do Virtual Boy é simplesmente um dos mais estranhos já produzidos uma vez que ele é simplesmente um par de óculos encima de um pedestal. Dos 22 jogos creio que apenas dois se salvam, Wario Land e Teleroboxer, o que ainda assim não é suficiente para salvar o “portátil”. O Virtual Boy foi tão ruim que foi descontinuado em menos de um ano e nunca mais foram feitas novas tentativas em realidade virtual, se é que podemos chamar o VB de tentativa.

Luxo:

Nintendinho (NES) – Nintendo


Sem dúvidas o Nintendinho foi o maior console de todos os tempos. Lançou as maiores franquias da história dos videogames como Super Mario Bros, The Legend of Zelda, Metroid e tantas outras. Foi extremamente popular nos anos 80 e muito vendido no mundo todo, um marco não apenas na 3ª geração como em todas as outras. Porém o valor do NES (Nintendo Entertainment System) não pára nos jogos, ele é histórico. Simplesmente porque o Nintendinho tirou a indústria dos videogames de uma crise sem precedentes, iniciada com o trágico “Crash da Indústria dos Videogames em 1983”. Em uma época onde parecia não haver como recuperar um mercado outrora tão lucrativo a Nintendo ousou e ainda em 83 lançou o NES o qual revitalizou o mercado e abriu as portas para décadas de sucesso que se mantêm firme até hoje e que de certa forma abriu as portas também para os concorrentes uma vez que a Sega, inspirada pelo sucesso da Nintendo lançou seu Máster System em 85 e iniciou a era de ouro dos videogames junto com a Big N. Um luxo que poucos hoje em dia tiveram o prazer de jogar, mas que deveriam sem dúvidas.

A EMOVOLUÇÃO DO HOMEM

Arte e texto por Carina Seles



Todos sentados à mesa. Dia de glória, então. Depois de meses de tentativa, reuniram-se avôs e avós, mãe, pai, filho 1 e filho 2. Dá-lhe mesa! O almoço saborosíssimo. Contraria-se o avô:

– No meu tempo, a comida tinha mais sabor. Não tinha esses tóxxxicos (isso mesmo, ele falou tóxico, forçando o “x”).

Começa o burburinho.

A avó complementa:

– No meu tempo, meu sonho aos 16 anos era casar e ter muitos filhos.

Volta o burburinho.

O pai, doze anos mais velho que a mãe, quis dar voz à discussão:

– No meu tempo, o barato era legal. Era riponga, tuuudo paz e amor. Aos 16, fui para um retiro no interior. Até a Ângela Rô Rô estava lá. Foi bacana.

Alguém falou:

– Tava muito louco né velho? Aff, até parece... Rô Rô não sei do quê...

A mãe já curtiu outra época:

– Eu fui do Black Power! Aos 16, dançava muito! O legal era Jackson Five.

E volta o burburinho.

O filho de 30 anos se revolta:

– Quê é isso? Aos 16, o legal era gritar: “que país é esse”, “Ideologia” ... Renato Russo, Cazuza... a gente tentava consertar alguma coisa nesse país.

E volta o burburinho.

O Juninho, de 16, estava presente – de corpo presente. Só faltava a opinião dele, o filho 2. Todas as cabeças se voltaram para aquele menino de boné (que, aliás, os avós achavam um absurdo. Onde já se viu?), cabelo ensebado penteado de lado e piercing na boca. Cabisbaixo – estava muito ocupado com seu Ipod – o menino tirou o fone dos ouvidos e falou:

– O melhor dia da minha vida foi no show do Cine. E voltou com seu fone de ouvido.

O silêncio tomou conta da mesa. Os velhos “muxoxaram” com a boca, os pais penderam a cabeça de lado e o irmão saiu da mesa. O velho pensava “cinema? Que cinema?”, o pai “show no cinema?”.

Antes fosse.

A mãe percebeu logo, “se os ideais estão escasseando, o que vai ser do meu neto? Aonde eu errei?”. Aterrorizou-se à futura cabecinha que viria. O Juninho? Nem aí...

É... uma puta falta de sacanagem.*

* = Referente à frase da menina que não entrou no show da banda de pop rock brasileira “Restart”, semelhante à banda Cine, em entrevista para TV.