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quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Doutor explica (conteúdo exclusivo)

Texto e foto: Thaís Cardim



Viciados em fast-foods, guloseimas e refrigerantes, os jovens vêm se tornando alvo de estatísticas nutricionais nada positivas. O médico pediatra Maurício Lahan explica como a má alimentação pode por em risco a saúde desses adolescentes

Thaís Cardim: Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a nossa faixa etária seria a primeira geração que teria uma expectativa de vida reduzida devido a doenças como obesidade e hipertensão, que têm sido registradas em crianças e adolescentes. O senhor concorda com esses dados?


Dr. Maurício Lahan: O aumento dessas doenças nessa faixa etária é um fato, mas acredito que isso interferir na expectativa de vida seja exagero. No mundo todo, a medicina está bem evoluída nessa área. Vai depender daquele adolescente, quando se tornar um adulto, fazer o tratamento adequado, senão complica. O que sabemos é que a criança que é obesa hoje tem uma probabilidade maior de ficar doente, com hipertensão e diabetes, do que uma criança há 20, 30 anos atrás. A obstrução das artérias tem começado mais cedo. Quando me formei, não era uma prática nossa dosar o colesterol e a glicemia de crianças. Hoje a gente pede e tem muita criança com colesterol alto.

TC: Por que essa mudança?

ML:
Culpa dos “Mc Donald’s da vida”. Ninguém come mais feijão com arroz; todo mundo come catchup, mostarda, maionese, essas “coisarada” toda.

TC:Além de hipertensão e obesidade, essa dieta que nós temos pode acarretar quais doenças?

ML:
O sedentarismo, internet, a facilidade em ter tudo, leva o jovem a apresentar quadros de depressão. A diabetes também tem crescido nessa faixa etária. O aumento de peso se deve ao fato de todo mundo comer rápido e errado, não só o jovem. No caso do adolescente, a mãe nem está em casa para ver o que ele está comendo; dá o dinheiro e manda ele comer nos restaurantes por quilo. A mulher não tem mais tempo para isso. O feijão demora duas horas para cozinhar. A comida saudável tem um tempo de preparo mais demorado, por isso que as pessoas comem em lugar “pronto”. Esse tipo de alimentação pode antecipar problemas.
O metabolismo do crescimento absorve muito do que o adolescente come, pois ele precisa de muita energia para isso. Passada essa fase, se o adolescente persiste nesse modelo de alimentação e não gasta essa energia extra, só cresce para os lados (risos). É o risco que se corre ao não praticar um esporte, ao ficar horas na frente do computador. Eu vejo que vocês vão mais à academia para moldar o corpo, não para moldar a saúde.

TC: Há riscos para quem troca a ingestão de água por refrigerantes?

ML: Obesidade, pois o refrigerante tem muita caloria.

TC:Os sucos em pó ainda são uma alternativa mais saudável do que os refrigerantes?

ML:
Entre eles e o refrigerante, o segundo ainda é melhor. Esses sucos contém uma substância chamada sorbitol, que é um tipo diferente de açúcar, que não se deteriora e tem muita caloria. O ideal mesmo é beber água e comer à moda antiga: arroz, feijão, batata frita caseira, pois não contém gordura transgênica, bife, alface ... essas coisas.

TC: Mesmo com essa má alimentação, uma pesquisa afirma que a nossa estatura é maior do que a dos nossos pais. Não é um contrasenso?

ML:
Não é só a alimentação que é responsável por esse crescimento e sim a melhora da qualidade de vida, da renda da família, das condições habitacionais, controle de infecções, vacinação em massa ... Tudo ajudou. A alimentação é só um dos fatores.

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