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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Leitura vem de berço

Texto e fotos: Por Gabriel Martins

Santos é uma das cidades do estado de São Paulo que possui maior número de leitores, sendo boa parte deles jovens


Contar histórias para os netos é o que motiva Neuza Carvalho Sousa e Mirian Gabrielle Reis a frequentarem as palestras de Fernando Rino por Santos.
Entre os sábados do dia 15/03 até 29/03, Fernando esteve na Gibiteca mostrando a arte de contar histórias, de forma criativa e agradável. Quem estava presente também pode entrar em contato com técnicas de expressão corporal e vocal, além da prática de teatro com máscaras, boneco de luva, boneco de vara, mamulengo e fantoche.

Segundo Fernando Rino, palestrante do projeto Leia-Santos há um ano, atitudes como essa, de Neuza e Mirian são cada vez mais raras hoje em dia e, que sem esse incentivo dos adultos, os jovens vão ler cada vez menos.”Hoje, sem duvida nenhuma, os jovens querem ler e escrever, eu procuro mostrar que estas atividades podem ser divertidas, não precisa ser algo maçante, mas o exemplo tem que vir de dentro de casa, é praticamente impossível um jovem querer ler por conta própria”.

Outro ponto abordado por Fernando Rino é a condição financeira das famílias. Segundo sua experiência, pessoas de baixa renda têm menos interesse em ler, pois a família não o incentiva. “Isso (não ler) é um ciclo vicioso. É muito difícil ver adultos de famílias carentes ensinando seus filhos a ler, eles não têm o hábito da leitura e por consequencia não criam esse costume em seus filhos”.

Sonia Linda Galvão é professora há 25 anos, há cinco anos dá aula de Literatura para o segundo ano do Ensino Médio de colégio estadual. Segundo ela muito de seus alunos já chegam com o pensamento de que ler é chato. “Eu sempre trabalhei em colégio estadual, e posso afirmar que são raros os alunos que se interessam por ler, muito por causa do método de ensino das escolas.”

Segundo Sônia, as escolas obrigam alunos a lerem Machado de Assis e Camões, por exemplo, transformando gênios da literatura em matérias como matemática ou história. “Na verdade ninguém deveria ser obrigado a ler Os Lusíadas, porque, para quem não tem o hábito da leitura, esse livro acaba ficando chato mesmo. O jovem tem que ser educado a ler livros desde criança, qualquer leitura é válida, o importante é ele ser estimulado a ler sempre, para em um futuro próximo ter vontade de pegar A Cartomante e ter prazer em lê-lo”.

Jamir Lopes, coordenador de Informação e Centros Culturais da Prefeitura de Santos, informa que os jovens preferem ir à biblioteca Municipal Mário Faria localizada na praia da Aparecida, no posto 6. Esta biblioteca possui um acervo de 6000 títulos, entre eles, revistas, jornais e livros. Por mês, segundo Jamir, há 2.500 empréstimos.
Entre os livros mais emprestados pelas bibliotecas de Santos destacam-se três. Os de auto-ajuda, os da série Harry Potter e também a recente saga de Crepúsculo. O que, para a bibliotecária Sueli Aparecida Lopes, responsável pela Biblioteca do posto 6, mostra a força dos jovem na leitura. “Pode até não ser livros de autores renomados, mas pelo menos mostra o interesse dos jovens em ler algo.”

Projeto Leia Santos -
O intuito deste projeto é criar interesse nas pessoas pela leitura de livros, revistas e jornais. No que diz respeito ao público jovem, Lopes menciona uma parceria com a editora Paulus. Em workshops são distribuídos kits com livros feitos para criança de autores como Machado de Assis, Augusto dos Anjos, José de Alencar, entre outros.
Também há projetos, como o visto acima, de “Como Contar uma História”, com Fernando Rino. ( Veja um trecho da aula no vídeo)

Mas, para Fernando Rino, falta um incentivo maior para as crianças. Ele conta que costumava trabalhar em São Paulo em um projeto que visava leitura para crianças carentes, mas a prefeitura não quis dar continuidade. “Falta um planejamento maior para que se consiga ter um resultado melhor, não é uma palestra ou aulas esporádicas que vão fazer as crianças querer ler. Mesmo aqui na cidade, o Leia-Santos não é o suficiente para suprir esta carência.”

Este projeto foi criado há seis anos e funciona todo os finais de semana sempre em um lugar diferente da Baixada Santista.Para conferir a programação completa do projeto no mês de junho clique aqui.

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